sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Arte x Moda: caso Louis Vuitton

Afinal, a moda é arte? Ou a arte é moda? Tais questionamentos são dignos de discussão, afinal ambos são essenciais no processo que abrange a questão da criação, e por isso, estes dois elementos configuram numa relação de reciprocidade. É a moda buscando referências no contexto da arte, e vice-versa. Dentro do contexto da moda, a arte sempre se fez presente, principalmente no que tange os elementos de inspiração para o processo criativo e de renovação. Segundo Lipovestky e Charles (2004), a sociedade é caracterizada pelo hiperconsumo, onde a paixão pela novidade e o desenvolvimento de produtos com obsolência programada faz aumentar a necessidade que as pessoas têm de consumir. Assim, para a moda é preciso, sempre, se reiventar. Esta é efêmera, transformadora, dinâmica, sempre buscando incessamente novas formas de expressão. Devido a isso, a Louis Vuitton, marca fundada em 1854, sinônimo de sofisticação e expertise em tradição, investe cada vez mais em parcerias com os melhores artistas, arquitetos, designers e decoradores cujo objetivo consiste na reformulação de seus produtos e pontos-de-venda. Desde a década de 80, a LV tem desenvolvido a relação entre moda e arte com a participação dos pintores como César, Sol LeWitt e Olivier Debré, principalmente no que diz respeito a coleção prêt-a-porter, acessórios, malas de viagem, bolsas e acessórios. Além dessas parcerias, Marc Jacobs, diretor criativo da marca desde 1997, estabelecera uma relação mais intensa ao convidar alguns dos mais conceituados artistas do mundo a elaborar novas estampas gráficas, exposições, reestruturação da fachada e ponto-de-venda etc, com o intuito de modernizar a imagem da marca. A parceria com Stephen Sprouse, por exemplo, começara em 2001, marcado pelos seus ícones de grafite e flores. Esse ano, o artista colaborou novamente com a LV, lançando sua coleção com os mesmos elementos, porém com as cores flúor e que brilha no escuro. A loja da LV, do Soho, NY, também fora reformulada de acordo com a proposta de Stephen Sproouse, ou seja, inteira forrada de vinil com luzes néon.

Em 2009, Takashi Murakami contribui novamente com a coleção da marca, institulada de Super First Love. O clássico monograma LV fora todo colorido, inspirado na cultura pop japonesa, mais precisamente nos mangás. Além disso, as lojas de L.A. e Tokyo foram totalmente transformadas de acordo com o tema da coleção. Lindo!

A marca aposta tão fortemente nessa relação, que armou uma exposição institulada “Louis Vuitton: A Passion for Creation” no Museu da Arte, como parte do festival de arte anual French May Arts Festival, em parceria com o consulado da França, em Hong Kong. O artista Richand Prince fora convidado para envolver a instalação cujo tema eraromance e pulp-fiction. Dentre os artistas que contribuíram estão: Basquiat, Gilbert & George, Jeff Koons, Takashi Murakami, Stephen Sprouse, e claro, Richard Prince.

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